sábado, 5 de maio de 2012

Candomblé em portugal: Trabalho de Antropologia, sob o tema “A religião Candomblé-Ketu em Portugal e a sua influência na prática de Enfermagem”, realizado por estudantes da Escola Superior de Enfermagem, no Ilé Asè Omin Ògún (6ºPost)




Continuamos a publicar os documentos desenvolvidos pelo grupo de estudo da Escola Superior de Enfermagem que visitou o Ilé Asè Omin Ògún, com intuito de presenciar “in loco” um Siré de Candomblé – Nação Ketu, de forma a observarem os trabalhos, efectuando assim o seu trabalho para a deisciplina de Antropologia e Sociologia.

Continuaremos a publicar desta vez, o trabalho escrito, mais exactamente, a Observação Etnográfica levada a cabo:

Religião: Candomblé

Morada: Rua das Padeiras, Sobreda da Caparica – Almada

Dia: 24 de Janeiro de 2011

Hora da observação: 10h30min – 11h30min

Nome dos estudantes: Inês Melo e Teresa Meireles



Observação ao exterior do Ilé Asè Omin Ògún (Terreiro de Candomblé na Sobreda)

Á chegada, deparamo-nos com uma rua de terra batida e de vivendas, sem passeio e com uma bifurcação, do lado esquerdo dessa bifurcação existe uma pequena ruela de terra batida e sem saída, onde se estacionam os carros, perto de uma grande área de árvores, no lado direito da mesma bifurcação, existe uma rua um pouco mais comprida mas igualmente sem saída, é nesta que se situa o terreiro.

Esta rua tem vivendas dos dois lados, é comprida mas estreita e tem alguns carros estacionados de ambos os lados. Existem apenas vivendas nesta rua, umas maiores que as outras.

Caminhámos até a meio da rua, sensivelmente, e já aguardavam por nós à entrada os mesmos senhores com quem tínhamos reunido dias antes. Estavam ambos vestidos da mesma maneira, calças de ganga, e camisa e camisola respectivamente.

O terreiro encontra-se dentro de uma vivenda, esta é grande, toda pintada de branco, o portão é verde e comprido e todo ele está rodeado de um arbusto alto e verde. Todo o muro que rodeia a casa está igualmente revestido de um género de arbusto majestoso e verde, o qual praticamente não deixa ver a vivenda do lado de fora.

Entrámos e do lado esquerdo existe um cachorro da raça Serra da Estrela que se chama Puma e é de cor castanho-escuro que está constantemente a ladrar até eles a mandarem calar.

Por trás dela, existe um pequeno jardim, de terra batida e com algumas pedras no chão. Este jardim está repleto de árvores, umas maiores que as outras, mas existe uma que é sensivelmente maior, e que parece ter umas pequenas flores brancas. Eles dizem-nos que esta árvore representa o Orísá Iroko, que simboliza a natureza.

Do lado direito existe um caminho que dá acesso à porta que dá acesso à casa. Este caminho é feito de pedra mármore e do lado direito tem um canteiro que o percorre, com flores. Por cima deste caminho está um telheiro que o protege das chuvas. No início deste caminho existe outro cachorro, raça Boxer, que se chama Barbel, e é de cor castanho claro.

A vivenda tem dois pisos, mas o piso de cima é de habitação do dono da casa e por isso não o acedemos.

Assim que entramos, estamos na cozinha, esta tem uma grande mesa ao centro, e do lado direito, um móvel branco. Do lado esquerdo tem a televisão e um frigorífico, depois deste existe um grande forno e uma grande arca congeladora.

Após a arca, existe uma porta, que dá acesso a uma pequena casa de banho, toda ela revestida de um azulejo branco.

Ao fundo da cozinha existe uma churrasqueira e uma porta de vidro que dá acesso ao jardim, que é a prolongação do jardim que vemos à entrada. Este jardim continua decorado imensas flores e árvores.

Ainda na cozinha, do lado direito após o móvel, existe uma porta que dá acesso a um pequeno escritório, que tem uma secretária castanha, uma cadeira da mesma cor e um computador.

Este escritório tem ainda outra porta que dá acesso ao local onde se realizam as cerimónias.

Esta sala é ampla e rectangular e tem um pilar ao centro, o chão é de madeira e as paredes estão pintadas de branco. Eles dizem-nos que apenas no dia em que antecede a cerimónia é que decoram a sala a rigor. Ainda assim as paredes têm molduras de Orísás de todos os que eles veneram.

Do lado direito da sala existem 3 cadeirões, dois de madeira escura e um de madeira clara, por cima existem umas prateleiras, onde se encontra uma pequena figura que segura um género de seta prateada na mão.

Esta parede que está por trás dos cadeirões tem duas molduras a preto e branco, sendo uma de um senhor que não sabemos identificar e a outra do Babálórísá Jomar d’Ògún.

Na parede imediatamente em frente existe mais molduras de Orísás como já foi referido, mas também uma outra moldura a preto e branco de uma senhora que também não sabemos identificar. As molduras dos Orísás são coloridas e a moldura que a reveste é amarela.

Esta sala tem três portas, aquela pela qual entramos e ainda mais duas. A que está imediatamente em frente dá acesso a uma outra sala, eles explicam-nos que esta sala é a casa dos Orísás.Ao fundo, do lado direito existe uma outra porta que dá acesso a uma pequena sala que é onde se fazem os pedidos nos dias de cerimónia e onde existe uma imagem que representa o Orísá da fortuna.

A casa dos Orísás está decorada com imensas prateleiras que a dividem, esta divisão é propositada, pois cada uma destas prateleiras corresponde À casa de um dos Orísás.Estas estão decoradas de imensas roupas e acessórios, cada uma com uma cor distinta, pertencendo ao respectivo Orísá.

Voltando à sala da cerimónia existe então outra porta do lado esquerdo, esta dá acesso directamente ao jardim, mas existe uma parte que tem o chão de pedra e tem uma cobertura que permite também o acesso À porta de vidro da cozinha.


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